Segundo maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul, o Chile é uma economia de destaque no subcontinente. O país é a décadas considerado um modelo de transparência financeira e política na América Latina. O Fundo Monetário Internacional espera um crescimento de 1,9% para a economia chilena em 2023. Dessa forma, o mercado chileno mostra-se uma boa opção tanto para quem deseja exportar, quanto para quem deseja importar
Considerado um dos países mais industrializados da América Latina, as principais atividades econômicas do Chile são a exploração de recursos minerais, como cobre e nitratos, e produtos manufaturados, principalmente agroalimentares e químicos. O Chile também se destaca como um dos maiores produtores mundiais de vinho. Em 2021, contudo, as secas no norte do país – região com áreas agrícolas importantes – impactaram negativamente o setor agropecuário.
O Chile é membro associado ao MERCOSUL, o que garante ao exportador/importador brasileiro vantagens tarifárias e facilidade para com a documentação envolvida no processo de exportação, tornando o processo de avançar sobre o mercado chileno menos burocrático e mais fácil.
EXPORTANDO PARA O CHILE COM INTELIGÊNCIA – O MERCADO CHILENO
Dentre os itens mais exportados para o Chile, destacam-se: petróleo, carne bovina, veículos, partes e acessórios. Apesar de apresentar um número de consumidores menor do que o Brasil, os chilenos possuem um alto poder aquisitivo, possuindo o segundo maior PIB per capita da América Latina.
O Chile é um país urbano, com 87,8% do total da população vivendo em cidades, com grande concentração na capital Santiago, cuja região metropolitana concentra 40% dos chilenos.
Principais centros urbanos e suas populações
Santiago: | 6.254.314 (Região Metropolitana) |
Concepción: | 971.285 (Grande Concepción) |
Valparaíso: | 934.859 (Grande Valparaíso) |
La Serena: | 448.784 (Grande La Serena) |
Antofagasta: | 361.873 |
Temuco: | 358.541 |
Iquique: | 299.843 |
Rancágua: | 294.279 |
Puerto Montt: | 290.480 |
Arica: | 221.364 |
Talca: | 220.357 |
Como grande parte dos países do mundo, o Chile apresenta uma tendência de envelhecimento de sua população, o que pode acabar por mudar o perfil de consumidor do país nas próximas décadas. Os dados mais recentes mostram que a população do país está distribuída da seguinte forma: Menores de 15 anos representam (20,1%); 15 a 64 anos (68,5%) e maiores de 65 anos (11,4%), sendo estimado que a fatia da população com 65 anos ou mais chegue a 20% em 2040.
O consumidor chileno é exigente e consciente, tendo maior apreço por marcas que demonstrem apoiar e se comprometer com o desenvolvimento sustentável, além de valorizar produtos veganos e naturais. Se atentar a isso é essencial para ter sucesso em conquistar o mercado chileno.
O consumo privado no Chile gira em torno de 61% do PIB, taxa semelhante à encontrada na população brasileira.
ESTRUTURA DE TRANSPORTE
Rodoviário
O modal de transporte preponderante no país é o rodoviário, com uma rede de rodovias principais de eixo norte-sul e uma série de rodovias secundárias que se ligam a essas rodovias.
O transporte rodoviário entre Brasil e Chile funciona regularmente. Os principais pontos de entrada utilizados no transporte terrestre entre os dois países são: “Paso de Jama” para os carregamentos com destino às zonas mineradoras e “Paso Los Libertadores” para os carregamentos com destino a Santiago e à zona central. Durante o inverno, é possível haver interrupções de tráfego por alguns dias, em função do acúmulo de neve no Paso de Los Libertadores.
Ferrovias
O transporte ferroviário representa menos de 10% dos movimentos de cargas no país e sua atuação está concentrada no escoamento da produção chilena de cobre e outros metais.
Hidrovias
Os principais portos chilenos – San Antonio, Mejillones, Coronel, Quintero, Caldera e Valparaíso – movimentam cerca de 50% da tonelagem total da carga marítima chilena. O sistema de cabotagem é, em via de regra, reservado apenas para navios com a bandeira chilena.
A partir de 2020, a movimentação entre os portos brasileiros e chilenos foi liberalizada, o que levou ao barateamento dos custos de transporta por esse modal.
Transporte Aéreo
O país possuí sete aeroportos internacionais, sendo o aeroporto internacional de Santiago o mais importante deles. O tráfego aéreo no país é realizado principalmente pela LATAM.
IMPORTANDO DO CHILE COM INTELIGÊNCIA
Segundo dados do Ministério da Indústrio, Comércio Exterior e Serviços, os principais produtos importados do Chile são bebidas e demais produtos alimentícios, minérios,óleos vegetais e combustíveis.
Taxas e impostos
Os produtos importados do Chile para o Brasil recebem a seguinte taxação:
Compras até US$ 50 | Isento (apenas pessoa física) |
Compras até US$ 3.000 | 60% de II sobre o VA (valor aduaneiro = mercadoria + frete + seguro) |
Produtos acima de US$ 3.000 | Até 35%, a depender da classificação da mercadoria na TEC |
Livros, revistas e jornais | Isento |
Medicamentos, para uso próprio, até US$ 10.000 | Isento |
Assim, no caso de uma importação de US$ 100 (somando valor da mercadoria, o frete e o seguro) o valor do imposto seria de US$ 60. Apesar do valor ser elevado, muitas vezes essa operaçãomostra-se vantajosa.
ACE 35 – FÁCIL ACESSO AO MERCADO CHILENO
O Acordo de Complementação Econômica nº 35 (ACE 35) foi firmado em 25 de junho de 1996 entre Mercosul e Chile, com o objetivo de estabelecer uma área de livre comércio entre as Partes, além de promover o desenvolvimento, os investimentos recíprocos, a integração física e a cooperação econômica, energética, científica e tecnológica.
Esse foi o primeiro acordo de livre comércio do Mercosul para com um outro país e tornou o Chile o primeiro país associado ao bloco. Com isso, foi possível com que em 2015, o Chile e o Brasil terem todo o seu universo tarifário livre da cobrança de imposto de importação – demais impostos continuam a incidir. Ademais, os dois países estão comprometidos desde 2018 em aprofundar as suas já ferventes relações comercias, facilitando fluxos de bens e investimentos entre as duas nações.
AMBIENTE DE NEGÓCIOS
Apesar das pequenas e médias empresas representarem cerca de 98% das empresas do país, elas são responsáveis apenas por 18,1% da produção e fornecem 46,1% dos empregos do país. O Chile apareceu na posição 58 de 198 países considerando-se a facilidade em fazer negócios no país. Em comparação, o Brasil aparece na posição 124.
Apesar de apresentar um ambiente de negócios mais avançado se comparado ao Brasil, ainda existem riscos de uma expansão para o mercado chileno. É pensando nisso que a RI USP Jr. tem um portifólio desenhado para facilitar processos de importação e exportação. Com o auxílio dos professores da USP e de multinacionais do mercado de consultoria, como a BCG, nós entregamos um projeto adequado a suas necessidades.
MOMENTO DE CRISE
Protestos contra o ex-presidente Sebastian Piñera, iniciados em 2019, acabaram iniciando no país um período de certa instabilidade política e social que ainda persiste nos dias atuais e que, segundo analistas, impacta negativamente o crescimento da economia chilena. Dados divulgados pelo Banco Central do Chile mostram que o crescimento do PIB foi menor do que o esperado para o segundo semestre de 2022. O país também vem lidando com o processo de aumento da inflação, o que corrói o poder de compra dos consumidores chilenos.
Para lidar com a inflação, em julho de 2022, o Banco Central do país elevou a taxa de juros a 9,75%, maior nível em 24 anos, o que torna os custos dos empréstimos mais caros no países, desacelerando a atividade econômica.